terça-feira, janeiro 28, 2014

Boletim Diário Agropan – 28/01/2014


Bolsa de Chicago (CBOT)
Os futuros de soja em Chicago terminaram a sessão desta segunda-feira sem direção comum, com os vencimentos mais distantes em queda, devido a perspectivas de uma grande safra na América do Sul. Apesar de pontuais adversidades climáticas em algumas importantes regiões produtoras do continente latino americano, as expectativas continuaram apontando para safra cheia. Chuvas esparsas continuaram a favorecer as lavouras da Argentina no final de semana, após as extensas precipitações registradas na semana passada na região predominantemente agrícola do país. No Brasil, a colheita avança rápido e os rendimentos são satisfatórios. Já o vencimento março/14, referência para o mercado spot nos EUA, encerrou em alta de 3centavos de dólar, a US$ 12,87¾/bushel, em decorrência do firme ritmo das exportações norte-americanas. Dados do USDA apontaram que as exportações dos EUA já somam 30 milhões de toneladas, contra cerca de 25 milhões em igual período do ano passado. A velocidade das vendas externas norte-americanas somado os ritmo atual do esmagamento apontam que os estoques norte-americanos já estão nos menores patamares dos últimos tempos e se encontram em níveis críticos.

Dólar (US$)
O dólar dispara com investidores se protegendo da possível aceleração da redução do estímulo econômico nos EUA e sob fluxos de saída de divisa, apesar das expectativas de que o Banco Central brasileiro possa intensificar suas intervenções. Pesou ainda a aversão a risco sobre os mercados emergentes que tem afetado os mercados financeiros nos últimos dias. A moeda norte-americana avançou 1,17%, a R$ 2,426 na venda após bater R$2,4276 na máxima e R$ 2,391 na mínima do dia. Investidores trabalham sob expectativa de que o FED possa anunciar na quarta-feira mais um corte de US$10 bilhões em seu programa de compras mensais de títulos. Desde a semana passada, somou-se a essa ansiedade uma onda global de preocupação com a situação econômica dos mercados emergentes, sobretudo a Argentina. Contudo,  analistas afirmam que a perspectiva de que o Banco Central brasileiro possa intensificar as atuações de forma a evitar que o fortalecimento do dólar contamine a inflação tende a amortecer os movimentos do câmbio do mercado doméstico.

Mercado Interno
A depreciação da moeda brasileira em relação ao dólar foi decisiva na formação dos preços da soja no mercado físico nesta segunda-feira. Embora os ganhos nas cotações da soja na Bolsa de Chicago tenham sido pontuais, a forte valorização do dólar em relação ao real fortaleceu as indicações de compra, com altas generalizadas no mercado interno. Em alguns importantes estados produtores, o mercado registrou modesta melhora na liquidez dos negócios, sobretudo para os acordos visando exportação. Nas zonas portuárias do Brasil, foram realizados acordos para entrega imediata até R$71,00/saca em Rio Grande e entre R$69,00/saca e R$70,00/saca nos portos de Santos, Paranaguá e Vitória.

Preço Agropan:
Soja R$
Soja US$
Milho R$
MilhoUS$
Dólar
62,50
25,80
22,00
9,08
2,4220
PH
78 acima
75 a 77,99
72 a 74,99
50 A 71
R$/60kg.
32,00
28,80
24,77
19,00


Preço trigo safra 2012/2013

Comentários
De acordo com dados da Secretaria de Comercio Exterior (SECEX), publicados nesta segunda-feira, no resultado das quatros semanas do mês de janeirode 2014, as exportações brasileiras de soja grão não evoluíram, contabilizando no período apenas o embarque de 25,1 mil toneladas. O fraco fluxo dos exportações brasileiras nesta etapa do ano segue uma tendência tipicamente histórica, pois além de não dispor de estoques remanescentes, o pico de exportações brasileiras costuma ocorrer nos meses imediatamente posteriores ao auge da colheita. Os exportadores brasileiros ainda aguardam maiores ofertas que deverão vir do campo brevemente. Estados como o Mato Grosso, onde estima-se que foram colhidos em torno de 8% da área prevista para a temporada 2013/14, já deverá oferecer produto assim como em Goiás,  Paraná e Rondônia. O mercado de soja no Brasil passa pelo seu estágio final entressafra, período onde as condições inviabilizam a saída do produto ao mercado externo em função da escassez como pelo encarecimento do grão na origem. Para fevereiro, dados de agendamentos de navios de soja mostram que as exportações brasileiras neste período atingirão um recorde histórico para o mês, devido à demanda internacional e a uma antecipação da safra. Dados compilados pela Williams Serviços Marítimos do Brasil mostram que há cerca de 2,1 milhões toneladas de soja já agendadas para navios que atracam nos portos brasileiros em fevereiro. Já a SA Commodities aponta um agendamento de 2,5 milhões de toneladas destinadas a navios com atracação no mesmo mês. Os números do line-up podem mudar de acordo com alterações nas programações das empresas exportadoras, mas se o volume escalado para fevereiro se confirmar, será um recorde nas exportações brasileiras para este mês. No momento, os EUA é o único player a ofertar grandes volumes de soja ao mercado e a preços mais atrativos aos principais importadores globais. Porém, o rápido avanço da colheita da safra brasileira de soja já começa a gerar fraqueza nos preços físicos nos terminais de exportação no Golfo dos EUA, sobretudo pelas expectativas de que a China possa cancelar algumas compras de soja dos EUA ou mudar a origem das aquisições para a América do Sul, onde os preços estão  cada vez mais competitivos. O valor médio pago na tonelada do grão FOB porto brasileiro para os embarques a partir de fevereiro variam entre US$500,0/ton e US$510,0/ton, contra um valor média de US$525,00/ton nos EUA, FOB Golfo do México. Para a temporada 2013/14, com a expectativa do dólar valorizado em relação à moeda brasileira, as exportações de soja em grão devem continuar em bom ritmo, reduzindo os excedentes internos e novamente suplantando a expectativa de processamento no Brasil.

As opiniões contidas neste relatório são pessoais  e não representam em hipótese alguma recomendação para compra e/ou venda de contratos nos mercados futuros e/ou físico.

Fonte: Agropan

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